O Pacto Global da ONU é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo e a principal do país. É um chamado para que empresas alinhem seus negócios a 10 princípios universais baseados em Direitos Humanos, Direitos do Trabalho, Meio Ambiente e Combate à Corrupção. Além disso, tem como missão apoiar as empresas para que trabalhem em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, a principal agenda global de desenvolvimento sustentável.
Trabalhar com sustentabilidade já não é mais uma escolha, mas uma questão de longevidade e competitividade aos negócios. É uma demanda de diversos stakeholders, inclusive investidores, como mostra a crescente ESG dos últimos anos. Soma-se a isso o chamado de retomada mais sustentável pós-covid. Atuar em direção aos princípios do Pacto Global e aos ODS é um norte para as empresas, e integrar o Pacto Global da ONU é uma sinalização dos compromissos do negócio com essas agendas.
Qual o futuro do Pacto Global?
A crescente ESG e o chamado para uma retomada mais sustentável fez com que mais empresas buscassem atuar com sustentabilidade no último ano. Como consequência, o número de membros do Pacto Global cresceu exponencialmente, e a Rede Brasil foi a que mais cresceu globalmente no ano passado. Desde janeiro, de 2020, já foram quase 600 novos membros. Devemos ter uma Rede com 1.600 integrantes no próximo ano (estamos com 1.350), alcançando nossa meta prevista para 2025.
Além do tamanho da Rede, buscamos também organizações engajadas. Cada vez mais vamos trabalhar com compromissos públicos ancorados em metas ambiciosas, como equidade de gênero, clima, salário digno e transparência nas organizações. Visamos liderar movimentos que impulsionam o impacto do setor empresarial no enfrentamento dos principais desafios da Agenda 2030 no Brasil.
Qual o futuro do relato corporativo?
O relato corporativo deve olhar para o futuro, e não apenas para o passado. Construir relatos à luz dos ODS já possibilita essa narrativa, visto que trazem os compromissos da empresa e como ela tem avançado em cada um deles.
Também é importante que os dados reportados nos relatos empresariais partam de indicadores comuns, para que possamos cada vez mais analisar o avanço do setor empresarial de forma agregada e inteligente. Por exemplo, os benchmarks da Ambição pelos ODS, iniciativa do Pacto Global da ONU, trazem indicadores transversais para metas ambiciosas e baseadas na ciência. Esses benchmarks, inclusive, servirão de insumo para a mudança da COP – Comunicação de Progresso, relato obrigatório para empresas integrantes do Pacto Global, bem com os 10 princípios da iniciativa.
Em vez de submeterem o relatório e responderem a perguntas básicas, as empresas deverão reportar o avanço em mais indicadores a partir de 2022. É uma forma de avaliarmos o avanço individual de cada organização, bem como de monitorar o quanto o setor empresarial tem avançado em determinados temas. Com dados, poderemos nortear melhor nossa atuação.
Para ler outras entrevistas e saber mais sobre o tema, leia o nosso estudo Os Caminhos do Relato ESG – Um panorama sobre os frameworks e standards mais utilizados.